terça-feira, 27 de maio de 2008

Um Indiana Jones verdadeiro. O desaparecimento do coronel Fawcett>






Explorar uma região selvagem e úmida, povoada por animais e tribos indígenas desconhecidas, enfrentando serpentes venenosas, peixes carnívoros, insetos e florestas impenetráveis. Em abril de 1925 três exploradores tiveram a coragem para encarar tal façanha, tudo para encontrar uma cidade perdida há milênios no meio da selva. Esta é a história do homem real que serviu como inspiração para o Indiana Jones do cinema.

O coronel britânico Percy Harrison Fawcett, líder da expedição, estava há quase 20 anos, obcecado pela idéia de desvendar os mistérias da selva brasileira. Os conquistadores espanhóis não haviam encontrado o fabuloso Eldorado, nem as mulheres guerreiras chamadas Amazonas, mas não faltavam histórias a respeito, e em 1911, com a descoberta da cidade perdida dos Incas, Machu Picchu, por um aventureiro americano, a chama por essas descobertas se acendeu novamente.

Fawcett havia ouvido de indígenas, quando fora contratado pelo governo boliviano para fazer o levantamento da fronteira com o Brasil entre 1906 a 1909, entre outros, que havia outras cidades perdidas. No Chile, ouvira dizer que havia uma cidade chamada Cidade dos Cézares, que ainda era habitada, com ruas de prata e prédios cobertos de ouro, governada por um rei muito sábio. As esperanças de Fawcett aumentaram quando encontrou no Rio de Janeiro um relato de uma descoberta, em 1753, de uma cidade de pedras perdida, esquecida há muito tempo. Porém, não havia indicação de que a cidade tivesse sido visitada novamente.


Movido pelos relatos de um indivíduo que o presenteou com uma estatueta esculpida em basalto preto, o qual era oriundo do continente perdido Atlântida, cujos habitantes haviam fugido da destruição, e tinha encontrado refúgio na selva brasileira, onde construiram uma grande cidade. Esta seria uma civilização mais antiga que a egípcia, e estava aguardando para que a descobrissem.

Ao preparar uma nova expedição em 1924, Fawcett dizia não duvidar em nenhum momento da existência de velhas cidades perdidas. Fawcett tinha 57 anos e sabia que essa seria sua última oportunidade de encontrar tais cidades e desvendar os segredos da antiga América Latina.

No princípio de 1925, Fawcett ja havia obtido fundos de diversas sociedades científicas para a expedição e vendido antecipadamente suas histórias e relatos sobre uma possível nova descoberta para uma grande empresa de jornais dos Estados Unidos, a North American Newspaper Alliance. Fawcett estava pronto para mais uma grande aventura, e junto com ele iriam apenas seu filho Jack, de 21 anos e um amigo, Raleigh Rimell. Estariam na expedição até o fim do próximo ano, porém, se não conseguissem voltar do chamado inferno verde, não deveriam ser mandadas equipes de salvamento, pois acreditava que se ele próprio não conseguisse sobreviver com toda sua experiência, outros não não conseguiriam. Por esse motivo, não revelou a rota exata de sua expedição. Cinco semanas após deixarem Cuiabá, em um acampamento em meio a mata, escreveu à mulher na Inglaterra - Esperamos atravessar esta região em poucos dias...Não tema qualquer insucesso. Foi a última mensagem recebida do explorador.

Em 1927, o filho mais novo de Fawcett, Brian, conheceu no Peru um viajante francês que estava atravessando o continente americano de automóvel, que relatou ter encontrado numa estrada de Minas Gerais um velho doente e aparentemente confuso que disse se chamar Fawcett. Como o home nunca ouvira falar do explorador não insistiu para que o mesmo o acompanhasse.

Em 1928, a North American Newspaper Alliance enviou uma equipe de socorro, sob a orientação de George Dyott, que foi informado por um índio de ter visto um velho branco acompanhado de outros dois mancos rumando sentido o Atlântico. Disse ter visto a fumaça de suas fogueiras por cinco dias, depois deixou de ver qualquer vestígio deles. A equipe de socorro regressou com a convicção de que Fawcett, seu filho Jack e Raleigh haviam sido mortos pelos índos, porém a familia do explorador se recusou a aceitar tal conclusão. Alguns anos depois, um caçador de peles suíço havia retornado de Mato Grosso com a história de que o coronel Fawcett era prisioneiro de uma tribo de índios.

Há uma lenda (?) de que o coronel Fawcett havia encontrado um portal para um mundo interno dentro do Roncador, em Mato Grosso, lugador repleto de misticismo. Segundo essa tese, ele estaria vivendo lá ainda hoje, e teria até se comunicado com pessoas (famlia?)do mundo exterior (nosso mundo). Entretanto, o paradeiro do coronel Fawcett continua um mistério, assim como as cidades perdidas que ele não duvidava da existência.

2 comentários:

Anônimo disse...

André, já li algumas coisas na Internet sobre o Fawcett. Mas o seu relátorio definitivamente é o melhor, e mais completo que achei.
É objetivo e misterioso ao mesmo tempo. Gostei muito do seu trabalho. Parabéns!

Leithe Tywysoges disse...

Parabéns André, adorei esta perspectiva histórica que inspirou o Indiana Jones, e quanto à esta lenda Brasileira de portal para um "Outro Mundo",novamente alia a teoria que as lendas pagãs são muito mais forte do que pensamos, pois este portal para nossos Indios Brasileiros, não é mais que uma alusão ao Hades Grego, a Avalon do Rei Arthur, ao Valhalla dos Guerreiros Nórdicos. É importante entender os mitos e a lendas para que extraimos deles mais ensinamentos e resgatamos uma identidade.